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Eixos Temáticos

 Resistências 

 Ciência 

 Política 

Eixo 1 – Resistências

Este eixo pretende explorar as diversas relações entre propostas críticas e saberes e práticas psicológicos com insurgências no cotidiano, nos conflitos sociais. Assim, receberá trabalhos que exploram as relações entre processos insurgentes na sociedade, isto é, trabalhos históricos que abordem as questões de gênero; sexualidade; raça; classe social; questão indígena e os processos de subjetivação predominantes nas histórias brasileira e latino-americana. Ou seja, de um lado, o eixo problematiza como projetos de reforma social e política atravessam a história dos saberes psicológicos, assim como a implicação de psicólogas e psicólogos com conflitos políticos e como isso produziu efeitos sobre sua obra, sua atividade científica e/ou atividade profissional. Por outro lado, o objetivo é colocar em discussão a constituição das mais variadas formas de relações de poder e o modo como uma série de normas incidem e produzem corpos produtores de certas práticas sexuais, relações de gênero e identidades étnicas e/ou sociais. Investigando os caminhos históricos, políticos e sociais que produziram e mantêm variadas formas de desigualdades calcadas na manutenção de um “credo étnico-racial” “sexual” ou “classista”, espera-se que o debate sobre a constituição dos saberes psicológicos no Brasil e na América Latina possa suscitar o questionamento sobre o silenciamento em torno dessas temáticas e lançar luz sobre as inevitáveis práticas de resistências produzidas em decorrência das diferentes formas de pensar tais questões. Pensar criticamente as práticas e discursos colonialistas pode promover um espaço de interlocução entre os participantes desse eixo na tentativa de descontruir os modelos sociais que marginalizaram sistematicamente certos segmentos sociais. O presente eixo pretende contribuir com a discussão de como, historicamente, os saberes psicológicos produzem e perpetuam certas práticas discriminatórias, mas ao mesmo tempo podem operar como ferramentas de desconstrução dessas mesmas práticas, ao promoverem estratégias capazes de inventar novos modos de resistência e existência a partir das contribuições da psicologia, da psicanálise, da psicologia social e da psicologia política. A reflexão e a análise das relações entre saberes psicológicos e insurgências na história pode oferecer subsídios para se pensar os desafios e as possibilidades postos para a Psicologia em um contexto social marcado por um golpe que incrementou processos de polarização social no Brasil.

Eixo 2 – Ciência

Este eixo postula desenvolver discussões sobre políticas científicas; relações entre ciência e sociedade; o campo da história da ciência; a produção de métodos e teorizações científicas. As questões levantadas por seus participantes visarão desenvolver debates sobre a construção de “modelos de verdade” (paradigmas) presentes na história das teorias e explicações científicas que estruturam o funcionamento das práticas científicas em nossa sociedade ocidental moderna e daquilo que, a partir desse paradigma normativo, passa a ser afirmado como conhecimento válido. Pretende-se compreender como são produzidos e promovidos certos enunciados que sustentam a manutenção de determinados modelos de conhecimento e de verdade, fornecedores de um instrumental linguístico de cunho científico gerador da cisão moderna entre o sujeito e o objeto, ou mais especificamente a separação subjetividade - objetividade. Considera-se que esse debate pode ser frutífero para a análise das condições que historicamente produzem a hegemonia de certos saberes científicos e de práticas decorrentes da consolidação de uma “visão de mundo” definidora dos limites do que se circunscreve como científico.

Eixo 3 – Política

Este eixo pretende ser um espaço de debate para trabalhos históricos que se debrucem sobre os desafios surgidos no âmbito das políticas públicas de saúde, educação e trabalho. Espera-se a produção de uma série de debates sobre as ideias, discursos e práticas presentes no contexto e na prática escolar, na promoção da saúde e nas relações de trabalho, seus efeitos nas relações micro e macrossociais no Brasil e na América Latina. Esse eixo também acolherá trabalhos voltados para as discussões que girem em torno das questões relacionadas aos direitos humanos; os movimentos sociais e a segurança pública. Pretende-se com isso problematizar os usos de termos como os de cidadania, direitos humanos, segurança pública, violência, grupos, coletivos e organizações e seu papel na constituição da “arena política” e nos embates sociais e cotidianos dos agentes sociais definidos como “sujeitos de direito e de deveres”. Espera-se ainda discutir as formas de produção da diferença engendradas em nossa sociedade e como novas modalidades de resistências, mais especificamente, as advindas do âmbito da Psicologia, da Psicologia Social e da Psicologia Política, podem ser formuladas e colocadas em ação. O eixo possibilitará a formulação de um posicionamento crítico dos saberes psicológicos ante os problemas históricos que configuram o campo da saúde, educação, trabalho, direitos humanos, segurança pública e a atuação dos movimentos sociais no Brasil e na América Latina.

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